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Diário do Nordeste: Energia solar fotovoltaica: os chineses estão chegando ao Ceará


A PowerChina, um dos maiores conglomerados empresariais do mundo, com atuação na construção e no setor elétrico, investe com a brasileira Pontoon no Complexo Intrepid, em Mauriti


Escrito por Egídio Serpa, egidio.serpa@svm.com.br 05:44 / 22 de Junho de 2023. Atualizado às 05:53 / 22 de Junho de 2023


Ocupando o quarto lugar no ranking de capacidade instalada de usinas solares fotovoltaicas no Brasil, com 0,75 GW (gigawatts), atrás de Minas Gerais, Bahia e Piauí, o Ceará caminha para melhorar sua posição.


Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), nos próximos anos essa potência chegará, no Ceará, à marca de 13,6 GW. Para dar esse salto, novos empreendimentos estão chegando e um deles é o do complexo solar Intrepid, em construção desde o início deste mês na geografia do município de Mauriti, no Sul cearense.


A implantação desse complexo é resultado de um acordo pioneiro entre a brasileira Pontoon, clean tech (tecnologia limpa) de soluções para descarbonização e transição energética, com a gigante da construção e energia PowerChina para o desenvolvimento de projetos de geração de energia solar de grande porte no Brasil.


A PowerChina é um dos maiores grupos mundiais da construção, e fornece soluções integradas de investimento e financiamento, projeto de planejamento, construção de engenharia, fabricação de equipamentos e gerenciamento de operações para energia limpa e de baixo carbono, recursos hídricos, construção ambiental e infraestrutura.


Trata-se de um conglomerado de mais de 70 empresas, todas estatais e todas chinesas.


A PoweerChina criou a PowerChina International, que tem atuação global operando por meio de seis sedes regionais, possibilitando melhor conhecimento e atuação nos mercados locais.


A PowerChina está presente no Brasil desde 2006, atuando em mais de 50 contratos, possuindo atualmente seis projetos de grande porte de infraestrutura em fase de construção.


O Projeto Intrepid, em Mauriri, será o seu primeiro investimento em energia renovável no Brasil.


Por sua vez, a holding Pontoon é uma Clean Tech brasileira que, por meio de um ecossistema completo e integrado, oferece soluções inovadoras de descarbonização para empresas.


Criada com o propósito de promover consciência social e ambiental, tem como principal objetivo tornar as operações dos seus clientes mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e, ao mesmo tempo, mais lucrativas.


Com modelo de negócios intitulado OneStop-Shop, a Pontoon Clean Tech é formada por empresas que, juntas, constroem a jornada completa para a descarbonização.

Sua entrega vai de geração de energia solar à mobilidade elétrica, além de assessorar empresas estrangeiras que queiram investir ou desenvolver suas atividades no Brasil.


As principais áreas de atuação da Pontoon são geração de energia elétrica renovável (solar fotovoltaica), comercialização de energia (atacado e varejo), mobilidade elétrica (aluguel de veículos elétricos B2B e B2C) e rede de infraestrutura de carregamento rápido (eletropostos).


A ampliação do mercado livre de energia no Brasil, combinado com a crescente procura por veículos elétricos e as demandas ambientais são os principais pilares de crescimento do grupo.


O complexo Intrepid em Mauriti terá capacidade instalada de 425 MW no pico e consumirá investimentos de R$ 1,8 bilhão. Durante sua construção e operação, ele criará 4 mil empregos diretos e indiretos, informa a assessoria do empreendimento.


O projeto prevê, ainda, sua expansão em mais 80 MW, o que elevará a potência instalada para 505 MW.


É com investimentos como este que o Ceará constrói o futuro de sua infraestrutura. A boa novidade que se extrai desta informação é o detalhe da presença de uma gigante chinesa como sócia do empreendimento.


Os chineses espalham-se pelo mundo todo – já estão em quase toda a África – com a oferta de financiamento para grandes obras rodoviárias, ferroviárias, portuárias e hidroviárias em troca da garantia de fornecimento de alimentos para a sua população de 1,4 bilhão de consumidores.


O Brasil, potência agrícola mundial, tem grande interesse no financiamento chinês em todas as áreas de sua infraestrutura, mas deve ter sempre um pé atrás para não ser surpreendido pela milenar tradição chinesa.


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